A glândula parótida faz parte das glândulas salivares, que são glândulas secretoras que expelem a saliva, um líquido insípido (sem gosto, sem sabor) e transparente com várias funções, como lubrificar os alimentos, manter a mucosa úmida, proteção dental e início da digestão alimentar

Glândulas salivares são divididas em glândulas salivares maiores e menores. As maiores são as Glândulas sublinguais, submandibulares e parótidas.

Nesse resumo, falaremos sobre a parótida.

Glândula Parótida

É a maior entre as glândulas salivares, bilateral, localizada atrás e sobre o ramo da mandíbula, onde é encapsulada pela fáscia massetérica. Tem formato de pirâmide e é responsável pela produção e secreção de 30% do total de saliva serosa.

Uma curiosidade da glândula parótida é que o plexo parotídeo, formado pelos ramos do nervo facial, passa através da glândula parótida, dividindo-a em superficial e profunda, mas não a inerva.

O ducto parotídeo (ducto de Stensen) ou ducto parótido drena a saliva para o interior da cavidade oral, na região do segundo molar superior (bilateralmente), através da papila parotídea.

No trajeto, ele atravessa o músculo masseter e o bucinador.

Glândula Parótida + Ducto Parotídeo. Fonta da imagem: KenHub

As artérias maxilares e artérias temporais superficiais – dois ramos terminais da artéria carótida externa – fornecem a maioria do suprimento sanguíneo. O sangue venoso drena para a veia retromandibular (ou facial posterior), que cursa lateral à artéria carótida.

Já a inervação é dada por diferentes nervos. A inervação sensitiva é através do nervo auriculotemporal, derivado do ramo mandibular (V3) do nervo trigêmeo. A inervação parassimpática, que estimula a produção de saliva, tem origem do nervo glossofaríngeo e chega ao gânglio ótico através do nervo petroso menor. Dali os neurônios parassimpáticos pós-ganglionares atingem a glândula através do nervo auriculotemporal. A glândula recebe ainda inervação simpática de fibras diretas do plexo carotídeo externo.

Relações clínicas 

Infecções e inflamações na parótida são chamadas de parotidites. A infecção causadora de parotidite mais comum é a caxumba, mas outras infecções por bactérias também causam parotidites. Veja a seguir.

Pedras salivares: ocorrência de pedras que obstruem os ductos salivares. Esta obstrução causa grande dor no paciente e a cirurgia para remoção pode ser necessária.

Sialoendoscopia para remoção de cálculo salivar. Autor: Jefferson Oliveira

Câncer e tumores: A maior parte dos tumores na parótida são benignos. O tumor mais comum são os adenomas pleomórficos (70% dos tumores) e tumores de Warthin. O maior marcador destes tumores são os crescimentos anatômicos desta região e consequente dor. É importante ressaltar que este inchaço pode também danificar os nervos faciais que cercam a glândula, devido ao deslocamento e pressão sobre eles.

 

Tumores na região da parótida são difíceis de terem diagnóstico diferencial sobre malignidade.

Síndrome de Frey: também conhecida como síndrome auriculotemporal, fibras autonômicas do nervo auriculotemporal regeneram após parotidectomia e inervam as glândulas sudoríparas adjacentes. Os pacientes afetados se queixam de sudorese e rubor durante as refeições.

Referências

Human Anatomy, Jacobs, Elsevier, 2008, page 193;
Illustrated Dental Embryology, Histology, and Anatomy, Bath-Balogh and Fehrenbach, Elsevier, 2011, page 135;
Neil S. Norton, Ph.D. and Frank H. Netter, MD: Netter’s Head and Neck Anatomy for Dentistry, 2nd Edition, Elsevier Saunders, page 186-196;
Frank H. Netter: Atlas der Anatomie, 5th Edition (Bilingual Edition: English and German), Saunders, chapter 1, table 61.

Links: Pocket Dentistry

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