O que é farmacocinética?

Farmacocinética é a área da farmacologia que estuda o caminho que uma droga percorre no organismo, desde sua administração até sua eliminação. Envolve quatro etapas principais: absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME).

Os processos farmacocinéticos são determinantes dos passos de uma prescrição medicamentosa, quando, além de dose, devem-se escolher via de administração – definida pelos processos de absorção, distribuição e biodisponibilidade – e intervalos entre as doses, calculados, geralmente, em função do tempo de eliminação de um fármaco.

Concentrações de um fármaco em sítio-alvo e efeitos correspondentes

Concentração no sítio-alvo → Efeitos 
Excessiva → Tóxicos
Máxima permitida → Potencialmente tóxicos
Ótima → Terapêuticos
Limiar → Parcialmente eficazes
Insuficiente → Ausentes

 

O que são Processos ou Princípios Farmacocinéticos?

Processos ou princípios farmacocinéticos são as etapas que um medicamento percorre no organismo desde sua administração até sua completa eliminação. Essas etapas explicam como o corpo absorve, distribui, metaboliza e excreta uma substância.

Etapas da farmacocinética (resumo):

  1. Absorção – entrada do fármaco na corrente sanguínea

  2. Biodisponibilidade – quantidade de droga ativa disponível no sangue

  3. Distribuição – transporte da substância pelos tecidos

  4. Excreção – eliminação do fármaco do organismo

processos farmacocineticos
Processos farmacocinéticos (esquemático)

Como ocorre a absorção das drogas no organismo?

A absorção é o processo pelo qual a droga entra na corrente sanguínea após sua administração. Ela pode ocorrer por diferentes vias, como oral, sublingual, intravenosa, entre outras. A velocidade e eficácia da absorção dependem do pH, da solubilidade da substância e da superfície de absorção (1).

Consiste na transferência do fármaco desde seu local de aplicação até a corrente circulatória. É processo que influencia o inicio e a magnitude de efeito dos fármacos, sendo um dos determinantes da escolha de vias de administração e doses. Se um fármaco é inadequadamente absorvido, seus efeitos sistêmicos inexistem.

A absorção está na dependência trans-membrana. Também depende de fluxo de sanguíneo no sítio absortivo, extensão e espessura da superfície de absorção e vias de administração escolhidas. Algumas situações fisiológicas (menstruação, puerpério) ou patológicas (edema, inflamação, ulceração) a modificam.

 

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Modalidades de reabsorção (farmacocinética)
Modalidades de reabsorção (farmacocinética)

Fatores envolvidos na absorção

  • Polaridade do fármaco – grau de ionização;
  • Lipossolubilidade;
  • Peso molecular;
  • Concentração;
  • Estabilidade química


Portas de entrada 

  • Trato gastrointestinal;
  • Parede capilar (sangue)

Formas de absorção

Absorção oral Suco gástrico → esvaziamento gástrico → duodeno → circulação porta → fígado → circulação sistêmica. A absorção de fármacos lipossolúveis aumenta com a ingestão de alimentos ricos em gorduras. O aumento do pH do suco gástrico dificulta a absorção de ácidos fracos no estômago. Retardo e aceleração do esvaziamento gástrico, afeta a velocidade de absorção nos primeiros segmentos intestinais.
Absorção retal Pode ser errática ou incompleta, especialmente em pacientes com motilidade intestinal aumentada.
Absorção cutânea É muito lenta e ineficaz para a maioria dos fármacos, pois a pele integra funciona como barreira.
Absorção (por via respiratória) A grande área absortiva (que se estende da mucosa nasal ao epitélio alveolar), a vascularização praticamente justaposta às membranas e o rico fluxo sanguíneo justificam o alcance de picos séricos tão precoces como os obtidos com a via intravenosa
 Absorção intramuscular Geralmente rápida, havendo pronto início dos efeitos terapêuticos
Absorção subcutânea e submucosa Rápida, pois o fármaco só necessita ultrapassar as células endoteliais para chegar à corrente circulatória. O fluxo sanguíneo é o maior determinante da velocidade de absorção.
Absorção intraperitoneal Rápida, por envolver superfície ampla e ricamente vascularizada.

 

O que é a biodisponibilidade de um fármaco?

Biodisponibilidade é a fração da droga que atinge a circulação sistêmica em sua forma ativa. Fatores como metabolismo de primeira passagem, barreiras fisiológicas e forma farmacêutica afetam diretamente esse processo.

Fatores

Maior absorção

Menor absorção

Concentração (dosagem)

Maior

Menor

Peso molecular

Pequeno

Grande

Solubilidade

Lipossolubilidadea

Hidrossolubilidade

Ionização

Forma não-ionizada

Forma ionizada

Forma farmacêutica

Liquidab

Sólida

Dissolução das formas sólidas

Grandec

Pequena

pH local Acido/Alcalino

Ácidos fracos

Bases fracas

Bases fracas

Ácidos fracos

Área absortiva

Grande

Pequena

Espessura de membrana absortiva

Menor

Maior

Circulação local

Granded

Pequena

Condições fisiológicas

Menstruação

Puerpério

Condições patológicas

Inflamação

Ulceração

Queimaduras

Edema

Choque

a A Lipossolubilidade fica aumentada com o uso de veículos que são solventes orgânicos ou detergentes.
b As soluções aquosas se absorvem mais rapidamente que as oleosas, e essas mais que as suspensões.
c Sais sódicos ou potássicos de fármacos puros aumentam sua dissolução.
d O fluxo sanguíneo pode ser aumentado por vasodilatadores, calor e massagem locais, diminuído por causa de vasoconstritores.

Fatores que alteram a biodisponibilidade (farmacocinética)
Fatores que alteram a biodisponibilidade (farmacocinética)

É a fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica quimicamente inalterada.


O que é a distribuição de um fármaco?

A distribuição é a etapa da farmacocinética em que o fármaco, após ser absorvido, é transportado pelo sangue para os tecidos e órgãos do corpo. Esse processo determina onde e em que quantidade a droga vai atuar no organismo.

O que acontece com a droga após sua distribuição?

A droga pode ser armazenada temporariamente em tecidos, metabolizada principalmente no fígado (biotransformação) e, por fim, excretada pelos rins, bile, suor ou saliva.

O fármaco penetra na circulação sistêmica por administração direta ou após absorção a partir do sitio de aplicação. Do sangue distribui-se aos diferentes tecidos do organismo, funcionalmente classificados em suscetíveis, indiferentes e emunctórios. A velocidade e extensão da distribuição dependem do fluxo sanguíneo tecidual, propriedades físico-químicas do fármaco, características da membrana através da qual será transportado e sua ligação a proteínas plasmáticas e teciduais.

Fatores que alteram o metabolismo

  • Genéticos;
  • Idade;
  • Diferenças individuais;
  • Fatores ambientais (fumar);
  • Propriedades químicas dos fármacos;
  • Via de administração
  • Dosagem;
  • Sexo;
  • Alterações entre fármacos durante o metabolismo

Volume de distribuição: relaciona a quantidade total de fármaco no plasma ou no fluido. Refere-se ao volume de fluido que seria necessário para armazenar todo o fármaco contido no corpo na mesma concentração presente no fármaco.


O que é a excreção na farmacologia?

A excreção é a última etapa dos processos farmacocinéticos. Ela consiste na eliminação do fármaco do organismo, seja na forma inalterada (droga ativa) ou após sofrer metabolização.

Essa etapa é essencial para encerrar o efeito do medicamento e evitar acúmulos tóxicos no corpo.

Como funciona a excreção de um fármaco de forma resumida:

A eliminação pode ocorrer por diferentes vias, sendo as principais:

  • Renal (urina) – via mais comum, especialmente para fármacos hidrossolúveis

  • Biliar (fezes) – alguns medicamentos são excretados pela bile e eliminados nas fezes

  • Pulmonar (ar expirado) – usada por fármacos voláteis, como anestésicos inalatórios

  • Pele (suor e glândulas sebáceas) – embora menos significativa, também pode eliminar traços

Os compostos são removidos do organismo para o meio externo. Fármacos hidrossolúveis, carregados ionicamente, são filtrados nos glomérulos ou secretados nos túbulos renais, não sofrendo reabsorção tubular, pois tem dificuldade de atravessar membrana.
A velocidade do processo depende da fração livre do fármaco, tava de filtração glomerular e fluxo plasmático renal. Os que são essencialmente secretados pelos túbulos renais utilizam a difusão simples (quando lipossolúveis) ou sistema de transporte ativo.

Exemplo prático:

Um antibiótico como a amoxicilina é excretado principalmente pelos rins. Se o paciente tiver insuficiência renal, a eliminação será mais lenta, o que pode aumentar o risco de efeitos colaterais.

Para poder ter a certeza que você vai sair sabendo e fixar o conteúdo, responda essas duas perguntas principais e o quizz abaixo: 

O que é farmacocinética na odontologia?
É o estudo da movimentação de drogas no corpo, útil para entender como anestésicos e antibióticos se comportam no organismo do paciente.

Qual a diferença entre farmacocinética e farmacodinâmica?
A farmacocinética analisa o caminho da droga no corpo (o que o corpo faz com o fármaco), enquanto a farmacodinâmica estuda o efeito da droga no organismo (o que o fármaco faz com o corpo).

 

Quiz: Farmacocinética (Absorção, Distribuição e Destino das Drogas)

1. Qual é a principal via de absorção das drogas administradas por via oral?





2. O que é biodisponibilidade?





3. O volume de distribuição (Vd) indica:





4. Qual fator pode diminuir a absorção de uma droga no intestino?





5. O que é o efeito de primeira passagem?





6. Qual classe de drogas tende a ter maior volume de distribuição?





7. A proteína plasmática mais importante na ligação de fármacos é:





8. Uma droga com alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas:





9. A eliminação de drogas ocorre principalmente por:





10. Qual fator pode aumentar a meia-vida de uma droga?





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Referência: Farmacologia Clínica para Dentistas, Lenita Wannmacher e Maria Beatriz C. Ferreira

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27 Comentários

  1. Explicacao simples mas com teor cientifico de alta qualidade.
    Contudo gostaria de frequenter Mesrado em Farmacologia, mas nao sei como conseguir. ajudem me por favor

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